vamos andar de skateboard?
Kilian Martin: A Skate Regeneration by Brett Novak Kilian Martin: A Skate Escalation by Brett Novak Mas só se você souber fazer algumas manobras assim como eu!
Kilian Martin: A Skate Regeneration by Brett Novak Kilian Martin: A Skate Escalation by Brett Novak Mas só se você souber fazer algumas manobras assim como eu!
Obra do pintor e escultor Alex Hornest no cenário do programa Metrópoles/TV Cultura.
Pintor e escultor Alex Hornest apresenta a exposição "Animais de Concreto" que traz pinturas de rua e esculturas na Cavalera Art Projects.
Unimaginable _ SPTuris
Personalidades paulistas, conhecidas dentro e fora do país, mostram seus talentos tendo a cidade de São Paulo como inspiração:
Alex Atala desenvolve um novo prato, DJ Marky produz a trilha, os irmãos Campana criam o design de uma poltrona, Alex Hornest idealiza personagens nos muros da cidade.
Todas essas expressões juntas, com a produção executiva de Fernando Meirelles e direção de Paulinho Caruso, transformaram-se na nova campanha da São Paulo Turismo.
Os graffitis do pintor e escultor Alex Hornest são as estrelas da campanha Unimaginable para divulgar São Paulo dentro e fora do país.
Artista de Graffiti há 19 anos, Onesto, como é mais conhecido, se inspira em pessoas e no modo como agem e vivem nas cidades.
Os gaffitis que aparecem no filme podem ser vistos no muro do Cemitério da Consolação e em uma fábrica da Barra Funda.
O vídeo faz parte da campanha Unimaginable da SPTuris, criada pela Lew'Lara\TBWA para promover o turismo na cidade de São Paulo.
Making Of da campanha "Unimaginable" criada pela Lew'Lara\TBWA para a São Paulo Turismo. Mostra como foi pensado e produzido o projeto desde o briefing até o resultado final.
Com produção executiva de Fernando Meirelles e direção de Paulinho Caruso, os vídeos da campanha apresentam
personalidades paulistas, conhecidas dentro e fora do país, que mostram seus talentos tendo a cidade de São Paulo como inspiração.
New York City _ USA
Meyhem Lauren _ Got The Fever' off the album 'Self Induced Illness
Cidade de São Paulo _ Brasil
Pixo _ João Wainer e Roberto Oliveira
One of the most influential artists of his generation Barry McGee was recently asked to reinstall a work of his at the San Francisco Museum of Modern Art for their 75th Anniversary retrospective. What ended up happening was an installation that not only incorporated the original work created in 1996 but also sampled new work created days before the installation. In this piece we talk with Barry about the preservation of impermanent art and how reinvention keeps him excited.
POR TIAGO MORAES
RETRATO POR FERNANDO MARTINS FERREIRA
FOTOS DAS OBRAS ACERVO DO ARTISTA
(Entrevista publicada na +Soma 20 Out-Nov 2010. Baixe aqui ou descubra aqui onde conseguir uma.)
ALEX HORNEST é um pintor e escultor brasileiro nascido em 1972. Expõe seus trabalhos em galerias e museus do mundo todo, em mostras individuais e coletivas. ONESTO é grafiteiro, surgiu nas ruas de São Paulo no meio da década de 1990 e, ao lado de nomes como OsGemeos, Speto, Herbert Baglione e Vitché, faz parte do time de elite da chamada primeira geração do graffiti moderno brasileiro. Dois nomes e duas personalidades completamente distintas ocupando um só corpo. Tive a oportunidade de conversar com ambos numa tarde tranquila no ateliê de Hornest no bairro da Bela Vista, em São Paulo. Confira!
Onesto, você acabou de voltar de Viena. O que foi fazer por lá?
Fui pintar um mural na cidade, um convite que surgiu a partir de umas conversas que venho tendo com o Nicolas, dono da Galeria Inoperable. Eu li que a Bienal Internacional de Artes havia aberto um edital com o objetivo de mostrar a arte de brasileiros em outros países. A única exigência era uma carta-convite da galeria. Eles mandaram a carta e eu fui contemplado. O pessoal da Bienal gostou da ideia, ainda mais porque se tratava de um festival falando sobre a bicicleta, sobre como as pessoas usam esse meio de locomoção no dia-a-dia e tal, e isso é uma discussão que não é frequente aqui em São Paulo. Essa foi minha justificativa: levar minha experiência – porque eu uso bicicleta como meio de transporte – para outro país e também trazer pra cá um pouco da experiência que eu teria por lá.
E esse seu entusiasmo pelas bikes, quando começou?
Acho que desde pequeno, quando ganhei minha primeira bicicletinha. Lembro que meu pai foi num ferro-velho e catou uma bicicleta caindo aos pedaços, deu uma soldada – era uma daquelas bicicletas que dobram no meio...
Tipo aquelas antigas Berlinetas?
Acho que era uma dessas, só que bem pequena. Daí pra frente eu sempre me interessei, porque nunca gostei de carro. Meu pai, caminhoneiro, até tentou me ensinar a dirigir, mas eu falava: “Meu, não é minha praia”. Depois tive outras bicicletas, andei um tempo de BMX, gostava de fazer umas graças. Sempre gostei de esportes que você podia fazer alguns truques. Hoje, sei lá, você vai ficando velho, só usa pra locomoção mesmo. Não tenho mais aquele entusiasmo de ficar me jogando, pulando coisa, mas acho que a bicicleta é pro resto da vida, gosto pra caramba. E lá em Viena é incrível, as crianças já nascem com essa informação, já sabem que de bicicleta podem ir aqui e ali, não precisam depender de um transporte público ou de um carro.
Achei tudo isso incrível. Vim com uma bagagem muito grande, e quero usar isso nos próximos trabalhos. Lembro que a gente tava num evento que chama Massa Crítica – um monte de gente andando de bicicleta ao mesmo tempo, um dia sem carro, um protesto e tal –, e as criancinhas andando sozinhas ou com os pais. As outras que estavam na rua estendiam o braço pra você passar a mão quando passava por elas. Foi uma experiência muito louca mesmo.
Nesse painel que você pintou por lá, tem um cara numa bike segurando uma placa de “Proibido andar de bicicleta”, como se ele tivesse acabado de arrancar...
Essa foi a experiência daqui que eu quis levar pra eles. Aqui em São Paulo, o motorista de carro se acha muito mais importante do que você, que está ali na bicicleta. Acha você um estorvo. Essa foi minha ideia: meu personagem está arrancando a placa porque você deve ser livre pra andar em qualquer lugar. Um ciclista deveria ter mais autorização de poder usufruir desse meio do que um cara com um carro, que tá poluindo, tá causando. Muitos só usam o carro pra fazer merda no dia-a-dia, colocam o som bombando, não respeitam os pedestres. Na bicicleta, a atitude é diferente. Lá o pessoal achou hiper engraçado, porque a cidade é toda certinha, não tem essa de você arrancar uma placa da rua, cometer algum ato de vandalismo. Quando o dono do lugar que eu pintei viu, ele não entendeu nada. Gosto quando meu trabalho levanta essas discussões. O momento mais gratificante quando termino um trabalho é ver as crianças com os pais, comentando, olhando, apontando, dando risada, achando legal ou achando uma bosta. Isso é o que eu acho legal, interferir no cotidiano das pessoas.
Como nasceu o seu interesse pelas artes?
Minha avó é cantora e bailarina. Se apresentava, gostava de dançar e tal. Meu tio acompanhava tocando violão e percussão. Meu outro tio é pintor e sempre trabalhou pra estamparia. Eu ia ao estúdio dele e via ele pirando em vários padrões diferentes. Criava no papel e depois passava pra uma transparência, era um processo louco, ele ficava me explicando. Minha bisavó também sempre comprava algum brinquedo pra mim que remetesse à música ou ao desenho. Quando meu pai viu que eu tinha esse interesse, começou a me dar bastante gibi. Comecei copiando os personagens, e uma hora falei: “Não quero mais copiar, quero criar os meus”.
Sua última individual foi quando?
No mês passado em Goiânia, na Faculdade de Artes Visuais, na galeria da FAV.
O que você levou para lá?
Tudo o que apresentei na exposição, que foram três esculturas: um porco, um leão e um pássaro, fiz lá mesmo. A ideia era que fosse no formato de um workshop. Dez alunos locais trabalharam comigo na montagem dessas peças. Eu só levei a ideia e falei: “Preciso construir esses três animais. Como a gente vai fazer, não sei”. Sempre procuro material no entorno, próximo ao espaço expositivo. Foi uma proposta que criei quando fiz uma exposição dois anos atrás, no Museu do Trabalho. Eu chego lá com a ideia e desenvolvo. Nunca tinha trabalhado com alguém me auxiliando, e a experiência foi fantástica, o contrário do que eu imaginava. Foi uma troca de informações, não era eu pedindo que eles fizessem alguma coisa. Aprendi muito com eles também, e isso não tem preço. Quero levar isso pro resto da minha carreira.
Está pronto pra ter um assistente agora?
Assistente eu já tinha um aqui no estúdio, porque o volume aumentou muito e eu não tava dando conta. Então chamei um amigo e ele vem aqui três ou quatro dias por semana pra me dar um help. E está funcionando muito bem, porque ele também ajuda bastante, cria soluções. Sou muito intuitivo, não gosto de trabalhar com rascunho, de ficar preso a uma ideia. Dependendo do convite que recebo, aí sim vou formatar alguma coisa, pensar no que realizar. Aqui eu fico mais pintando, fazendo esculturas, que muitas vezes nem apresento em exposição, é mais uma experiência mesmo, uma forma de desenvolver algo. Mas ter alguém ajudando é uma coisa que não tem como fugir. Chega uma época que precisa, dependendo do que você se propõe a fazer. E eu sempre quis fazer coisas em escala grande, porque pintar parede pra mim é moleza. Agora, criar uma escultura, trabalhar com madeira, o esforço é maior. Preciso de ajuda.
Pela diversidade de técnicas, percebo que você é do tipo que não gosta de ficar na zona de conforto, está sempre procurando um pouco de atrito, se desafiando a fazer coisas que nunca fez.
Acho que a arte pede isso. Arte não é você criar um símbolo e sair mandando bala nele pro resto da vida. Várias empresas já fazem isso. Eu não quero ser uma empresa, quero ser um artista. E, como artista, minha cabeça não para, tá sempre em movimento, sempre pensando. Então por que vou me reprimir? Por que vou deixar de executar uma ideia que vai fugir de um outro trabalho que eu já apresentei? Esse não é o caminho. Se eu fizesse só pintura, ok, talvez fosse por essa direção, mas não é o caso. Sempre gostei de mexer com várias mídias, de fuçar, experimentar, misturar coisas, agregar material, ver a reação que dá, a textura que posso encontrar pra aquilo. Estou sempre aberto a trabalhar com qualquer coisa.
E hoje você tem alguma técnica preferida ou que te dê mais prazer?
Na pintura os materiais de que eu gosto são spray e látex, às vezes óleo. Agora, escultura é vidro, madeira, barro, pedra, ferro. Coisas que eu possa transformar. Como gosto de desenhar, acho que o desenho pode me mostrar muitas possibilidades. A partir de um desenho, começo a definir que material vou usar pra executar um determinado trabalho. O desenho é a base de tudo.
Você disse que quando vai pra rua não tem sketch, nada. Gosta de ir lá e criar na hora. Já com uma escultura ou uma instalação, você tem um projeto, né? Faz um desenho pra depois executar.
Não. Pra fazer uma escultura tenho ideias que coloco no meu caderno, mas são rascunhos que não chegam nem perto do que vai ser o resultado final. Me serve mais pra lembrar da situação mesmo. Muitos dos trabalhos que eu faço são inspirados em coisas que vejo no dia-a-dia: um cara brigando na rua com uma mulher, ou um policial dando uma geral num cara. Às vezes nem fica muito explícito isso, mas foi o que me fez chegar naquela cena retratada. Quando pinto na rua não levo sketch porque gosto que a situação em si me influencie. Uma pessoa que vem conversar comigo, ou o dono do imóvel que aparece na hora, ou a polícia me abordando... Acabo passando todas essas situações pro trabalho. Me sinto melhor assim. Não gosto de pedir autorização pra pintar. Gosto de chegar, achar um muro bacana, com uma textura legal, e começar a pintar. Se eu for com tudo formatado, acho que fica chato, fica mecânico.
Fala um pouco sobre esse último livro, Tenho Pena de Você, que você lançou com a sua mulher, a Thais Ueda, e que apresenta uma série de desenhos que fizeram juntos. Como foi esse processo de criação?
A ideia surgiu de querer fazer alguma coisa juntos. Então a gente definiu que ia fazer 50 desenhos. Eu tinha feito um outro trabalho, um outro livro, Sem Cotidiano, com o Valério Siqueira, lá de Curitiba, e também foi a partir desse princípio: 50 desenhos de cada. O Tenho Pena de Você veio mais ou menos dessa ideia, só que a gente ficou pirando na possibilidade de pegar um elemento, que seriam pássaros, e desenhar como bem entendesse, tendo referência ou não. Então, como tinha um número definido, a gente dividiu as folhas, 25 pra cada. Depois de cada um fazer a sua parte, a gente trocou. Então teve situações em que o passarinho da Thais estava voando, e eu fazia um querendo voar e vice-versa, um brincando e interagindo com o outro. A gente colocou títulos em cada desenho, e depois achou bacana também escrever um pensamento ou uma ideia do porquê daquela cena. A partir dos títulos, a gente começou a desenvolver os textos. E o livro inteiro foi nesse processo, em conjunto. Não tem nenhuma parte que só eu fiz, ou só ela.
Essa editora que lançou o livro é sua?
Eu tenho um selo, que se chama Item 72, que uso pra coisas que quero que sejam limitadas, como gravuras, camisetas, toy art. A ideia é que chegue até 72 unidades, não passe disso. Mas, no caso do livro, a gente fez uma tiragem maior, de mil exemplares, e eu resolvi não numerar, deixar a coisa em aberto. Mas o selo a gente achou bacana colocar lá, pra dar uma autenticidade ao trabalho, já que a gente fez de forma totalmente independente, sem recurso de ministério nenhum, do nosso bolso.
Você costuma retratar muitos animais. Elefantes, cavalos, agora pássaros... Por que esse universo é tão recorrente no seu trabalho?
Acho que tudo começou quando percebi a cagada que o homem faz com os bichos. Como ele se utiliza, se apropria, escraviza. Não sou militante, mas acho que é meio exagerada a forma como o homem trata os animais. Por se achar um ser superior, ele acha que pode tudo. Comecei a trabalhar com animais pra criar esse paralelo. Na rua sempre pinto eles livres, e na galeria coloco encarcerados em cubos, caixas, o que seja. Mais pra criar essa analogia mesmo. Por que as pessoas dentro de suas casas se sentem tão seguras? De casa vão pro shopping, que acham que é um outro lugar seguro. E vão de carro, que é outra caixinha, enquanto lá fora tem um mundo de coisas pra conhecer, interagir, viver em harmonia. Os animais são diferentes. Vivem com o que têm, não ficam querendo depredar, destruir, ridicularizar outras espécies.
Conta um pouco sobre o Carlos de Campos, colégio em que você estudou e que curiosamente acabou sendo um dos maiores berços do graffiti moderno paulistano no final da década de 1980 e começo dos anos 1990, de onde saíram você, OsGemeos, Speto, Jey etc.
Lembro que o Carlos de Campos foi fundamental no processo de entrar em contato com outros artistas, que na época nem eram artistas ainda, estavam estudando. Conheci alunos que eram incrivelmente talentosos pra fazer histórias em quadrinhos, não perdiam em nada pra qualquer artista que trabalha na DC Comics, na Marvel. Eles já tinham muita habilidade, muita noção daquilo que estavam fazendo. No graffiti também, muitos artistas que hoje são consagrados passaram pelo Carlos de Campos: Speto, OsGemeos. Mas a real é que esses caras já estavam encaminhados. O Carlos de Campos foi só um lugar pras pessoas se encontrarem, pras discussões, pra troca de informação. O professor nunca mostrava como fazer, a gente tinha que se virar sozinho, pesquisar, perguntar. Eram os alunos que faziam a escola. No começo da minha carreira, quando ia levar meu portfólio em agências, o pessoal mal abria e já falava: “Você passou pelo Carlos de Campos, né?”. E eu respondia “Sim, mas como você sabe?”. “Todo mundo que é bom vem de lá, e sempre tem alguma peculiaridade no traço”. Acho que foi por causa do período mesmo. A coisa era muito intensa, muito bacana.
Sei que a visita do Twist (Barry McGee) em São Paulo, mais de 20 anos atrás, foi decisiva para muitos dos artistas de rua da sua geração. Fala um pouco sobre isso.
Quando o Barry McGee esteve aqui no Brasil, as coisas mudaram radicalmente, porque a gente não tinha muita informação, não sabia até onde o graffiti poderia ir. O que chegava aqui em São Paulo eram imagens de painéis hiper coloridos com personagens, letras, tudo muito ligado à cultura hip-hop. O Barry mostrou pra gente que não, que o graffiti é livre, você pode se expressar como quiser, usando o material que quiser. Apenas com látex branco e uma lata de spray preto, ele fazia e acontecia. Outra coisa legal foi que ele também mostrou que dava pra fazer graffiti com outros materiais, como o canetão por exemplo, ir pra rua e simplesmente fazer um tag, ou então escrever ou desenhar em adesivos e sair colando pela cidade. Acho que a cena do graffiti no Brasil deve muito ao Twist.
Por que a cor laranja é tão presente no seu trabalho?
Sei lá, achei bacana essa cor e comecei a empregar nos meus trabalhos. Acho que todo artista de graffiti se identifica com uma cor e começa a usar ela frequentemente. Comigo foi assim. Eu me identifico bastante, virou a cor da pele do meu personagem. Eu me sinto laranja. Sou negro, mas às vezes acho que sou laranja, que tenho a mão gigante. Quando faço um personagem, estou na verdade passando um pouco de como eu me vejo na cidade. E uso pouca cor, gosto de três cores no máximo, porque me enquadro num estilo de graffiti chamado throw up, uma coisa rápida, usando duas, três cores no máximo. Meus personagens são throw ups. Todo mundo me diz que não, porque é hiper requintado, elaborado, tem detalhes, mas a real é que eu consigo fazer isso muito rápido, em poucos minutos. Foram coisas que comecei a desenvolver depois que o Barry McGee passou por aqui, porque ele também tinha um processo parecido: com pouca cor e uma ideia boa na cabeça, ele conseguia passar algo, agregar algo à cidade. Nunca quis que meus personagens fossem mais do que as coisas que estão por aí. Queria que eles se inserissem naquele meio, fizessem parte da arquitetura, se inserissem no dia-a-dia de um bairro.
Qual sua relação com São Paulo?
Sou casado com a cidade, não troco São Paulo por nenhuma outra cidade do mundo. Aqui é o local que me inspira, que me influencia. Aqui consigo ter ideias. Muito do que eu faço vem do que vejo por aí. Às vezes não fica muito explícito no meu trabalho, mas com certeza, se você está vendo um personagem meu tacando uma pedra, pode ter certeza que eu vi isso outro dia, numa outra situação. Teve uma época que eu andava muito com o caderninho. Em vez de tirar uma foto, desenhava o que tinha acabado de ver. Hoje não, com o celular saio tirando várias fotos e depois desenho algo sobre aquilo que acabei de ver. No meu blog eu posto muito isso. Sempre coloco duas ou três fotos e embaixo um desenho sobre aquilo. Esse processo me deixa mais livre, cria mais possibilidades. Eu podia ir com uma ideia formatada pra rua e não funcionar ali na hora, naquele muro, naquele contexto. Se começo a pintar e vem alguém e me cutuca, essa conversa vai me influenciando, trazendo novas ideias e elementos pra colocar na parede. Acho bacana trabalhar assim, é mais intuitivo.
Como foi essa transição da época em que você só pintava na rua por diversão para viver exclusivamente da sua arte e expor em galerias?
Desde que comecei a pintar na rua, sempre tive a convicção de que não queria ganhar dinheiro com aquilo. Queria fazer por fazer, que nem jogar bola no fim de semana com os amigos. Mas sempre quis trabalhar com desenho, tanto que tentei ser ilustrador, fazer história em quadrinhos, mil coisas. Só que aquilo me enjoava, eu não gostava muito dos lugares. A real é que nunca gostei de ser mandado. O que me incomodava era que sempre tinha alguém me dizendo o que fazer. Já trabalhei com diversas coisas: fui carteiro, office-boy, contínuo, auxiliar administrativo e por aí vai. Tudo porque não gostava de ter alguém me mandando desenhar tal coisa, queria ter liberdade. Comecei a receber alguns convites pra fazer exposição e sempre negava. Falava: “Não, eu tô na rua porque gosto, galeria não é o caminho. Não me sinto à vontade colocando uma coisa que faço pra milhões restrito a uma elite, a algumas pessoas”. Só que os convites eram muitos, então comecei a estudar, pesquisar, ver como outros artistas trabalhavam, como eles reagiam. E fui encontrando meu caminho. Mas até pouco tempo eu ainda não me sentia confortável com isso. Faz cinco ou seis anos que comecei a trabalhar melhor essa possibilidade de trabalhar com galeria, expor em museu. E sempre tento levar algo que não seja o que faço na rua. Uma coisa que eu tô curtindo muito é levar elementos que encontro na rua pra dentro do espaço expositivo, criar uma ideia que seja uma extensão do meu trabalho.
Como essa instalação que você fez na Bienal de Graffiti no Mube?
O convite foi pra participar de uma exposição de graffiti, mas eu pensei: “Por que fazer graffiti dentro de um museu se já faço na rua e na rua me sinto bem melhor com isso?” Então falei pro curador que queria fazer uma instalação. Podia ser na parte externa, nem precisava ser lá dentro. Ele achou bacana. Tive então a ideia de fazer uma casa tombada, e essa casa representaria o museu, tanto que pintei ela de branco por dentro. O conceito era mais ou menos “Sua casa caiu, hoje você está sendo domesticado”. É assim que eu vejo o que está acontecendo com o graffiti. Muitos artistas estão se deixando levar por uma onda e perdendo a essência, perdendo o ideal, que é estar na rua, livre, fazendo o que bem entender. Se, desde que ele surgiu em Nova York, os caras tivessem a intenção de ir pra galeria, museu, livro, não teria surgido um movimento tão forte. E aqui em São Paulo é muito estranho ver alguém te cumprimentando porque faz coisas coloridas, que todo mundo acha bonitas, enquanto o cara que está se expressando ali apenas com uma cor, subindo num prédio, fazendo o que o coração dele manda, é tachado de vândalo, de marginal. O que ele está fazendo é o verdadeiro graffiti, ele tem a essência.
Mas você não foi de certa forma domesticado também? Como separa as coisas, o Onesto grafiteiro do Onesto que está em galerias e museus? De certo modo você também cedeu, não?
No momento em que resolvi ceder, ir pra galeria, decidi que não ia usar o nome Onesto, ia usar Alex Hornest. Aí comecei a me sentir um pouco mais confortável com isso tudo. Onesto é pra rua, pra fazer as coisas que eu bem entender, sem autorização, sem nada. Não ganho dinheiro pra fazer pinturas na rua, mas em compensação ganho coisas que nenhum dinheiro do mundo pode comprar. Estar em contato com alguma pessoa que eu nunca vi, que só vem falar comigo porque estou ali pintando. Ou estar em um bairro a que eu não teria acesso no meu dia-a-dia. Coisas das quais as pessoas estão cada vez mais distantes, tentam fugir por causa da violência. E isso o graffiti me proporciona. É uma coisa que quero sempre ter comigo. A partir do momento em que fui pra galeria, museu, passei a estudar propostas diferentes, tento fazer coisas que normalmente não conseguiria fazer com graffiti. Estou numa fase boa, me sinto bem comigo mesmo. Diferente da minha primeira exposição, no Museu da Imagem e do Som, em 1993 ou 1994, quando me senti péssimo. Uma sensação que imaginei que nunca teria novamente. Aí, quando fui pra Nova York, numa coletiva, a mesma sensação de novo. Falei: “Caramba, tem alguma coisa errada”. Lembro que voltei hiper mal, e isso que me fez pensar, desenvolver uma forma de mostrar meu trabalho, ou um novo trabalho, e me sentir bem com isso.
De certa forma você cria um escudo que separa o Onesto, que pinta na rua, do artista plástico Alex Hornest.
Nem me defino como um artista plástico, prefiro ser conhecido como pintor e escultor. Ponto. “Artista plástico” acho muito genérico, coisa que só existe aqui no Brasil mesmo.
Mas você não acha que se definir como pintor e escultor não te impede de explorar outras técnicas? Você nunca vai poder fazer uma colagem, por exemplo?
Pelo contrário. Acho bom ser conhecido como pintor e escultor, mas quando apresento um trabalho novo, seja um desenho, uma colagem, uma vídeo-instalação, isso mostra que eu tenho outras habilidades, que estou estudando outras coisas. Não fico restrito. Não sou rotulado como alguma coisa – o cara é grafiteiro, o cara é artista plástico, o cara é pagodeiro... odeio esses rótulos! Faço pinturas e esculturas. Ponto. Eu determino o que quero ser, e não as pessoas ou a mídia.
Você falou que está se preparando pra uma nova individual, num espaço novo. Fala um pouco sobre o espaço e sobre o que você pretende apresentar.
Ganhei o primeiro Prêmio de Incentivo à Cultura Afro-brasileira, oferecido pela Petrobras e o Cadon. Mandei uma proposta de escultura e pintura, pra pintar três animais em via pública, soltos, como se estivessem em seu habitat natural, e dentro do espaço expositivo eles estarem presos em jaulas, gaiolas, blocos de concreto. Pelo prazo, eu tinha que executar essa exposição até o final de outubro. Procurei vários lugares, várias instituições, mas não rolou. Como está tendo Bienal este ano, a agenda já estava toda programada. Conversando com uma pessoa e com outra, acabei chegando ao Alberto [Hiar], o dono da Cavalera, que tava a fim de abrir uma galeria. Ele perguntou se eu conhecia alguém pra dar uma assessoria e eu disse: “Eu mesmo. Já até tenho uma exposição pra fazer, porque ganhei um prêmio e preciso executar”. A galeria se chama Cavalera Art Projects, e vai ser inaugurada com essa exposição. O espaço é bem bacana, era uma loja que ele tinha, da marca V.Rom. Foi só tirar as coisas que remetiam à loja e transformar num galpão, numa pequena fábrica. Deixamos a parede crua e estamos pintando de branco, com uma iluminação simples. O lugar tem dois andares e é comprido, então a ideia é colocar a esculturas ali de forma que elas representem um cárcere. Visualmente, vai passar muito bem a ideia. Ainda tenho que executar as três pinturas em via pública: uma vai ser aqui na praça 14 Bis, outra no Tucuruvi e a terceira na Consolação, comecinho da Rebouças, numa parede que eu já pintei uma vez.
Depois você vai continuar tocando projetos nessa galeria ou é só essa exposição?
Sou sócio dele na galeria, e a ideia é que eu consiga trazer uma nova proposta de exibições de arte. O foco não vai ser apenas comercializar os trabalhos. Vai ter isso também, só que o forte é uma contrapartida social que está sendo criada com instituições ou bairros. Não é uma imposição, mas a gente está interessado em artistas que tragam uma proposta de trabalhar em conjunto com a sociedade, seja com uma instituição, uma organização, com um bairro que tenha pessoas interessadas em desenvolver algo. Ou que o artista tenha uma proposta pra cidade, por exemplo: “Não quero só expor aqui dentro da galeria, queria fazer uma pintura na rua, uma instalação, quero chamar um monte de crianças pra desenvolverem uma ideia comigo”. Tudo isso partiu de mim. Ele falou que tinha um espaço, que estava a fim de montar uma galeria, e pediu que eu formatasse um projeto pra ele. Eu apresentei, ele gostou muito de tudo e estamos ansiosos agora pra ver o que vai acontecer.
Director - Chadd Harbold
Producers - Golda McCormack, Nyle Emerson, Chadd Harbold
Director of Photography- Adam Newport-Berra
Steady - Cam Operator- David George Ellis
Assistant Camera - Andy Kromphardt
Gaffer - Greg Golko
Key Grip / Transportation Captain - Bobby Olsen
Assistant Director - Keith Haskel
Art Director - Heidi Goldstein
Editor - Bryan Gaynor
Post - Production Supervisor-Dan Berk
Music Producers & Engineers - Katie Buchanan & Alan Gordon
Music Pre - Production-Brian Lee
Mixed by Mykael Alexander
Mastered by Nyle Emerson
Assistants - Chase Culpon, Jacob Blumberg, Dana Sedgwick
Colorist - Vladamir Kucherov
TEACHER
Phil Swetz
VOCALISTS
Danni Lee
Elle Varner
BAND
Isaac Teel (drums)
Mitch Friedman (Bass)
Daniel Mensch (Piano)
HORNS
Al Barrentine
Kevin Birk
Julian Taylor
STRINGS
Molly Fletcher (violin)
Cameron Orr (violin)
Alexandra Jones (cello)
Kristine Kruta (cello)
Liz Hanley (violin)
Hana Segerstrom (violin)
Patti Kilroy (violin)
OTHER
Marlene Desiree (Dancer)
Josh Pikulin (Guitar)
Katie Buchanan (Banjo)
HOMEBOY CHOIR
Plateno Man
Syanide
Maverick
Odudu Akpaeti
SPECIAL THANKS
Priska Neely
Das EFX - Baknaffek
(People people people people
people people people people)
Verse 1: Dray, Skoob
Shippity bop, well hot diggity, where's the iggity? The bum siggity
Niggas wanna know but check the flow my little trickity
I'm comin with the Books so kid, it looks like it's a winner
Ya better get'cha plate because I'm servin raps for dinner
See I freak it from the sewer plus I'm quick to do ya posse
I'm swoopin on the note just like I was a kamikaze
See they thought I lost my spot so they went and got real comfy
So now I gotta hit me hard and bogart like Humphrey
Ya hypocrite, I'm rippin it because I'm flyer
Ya phony, full of bologne like Oscar Meyer
See I attack a pack of rappers just for practice
I bust my tactics, I'm sharper than a f----- axe-iss
(Set it off!) One two (Set it off!)
Yeah it's the Books in reverse, the next cap sendin a big-up to my borough
I'm thorough, wetter than a ghetto from Medini-Bop
Takin lessons, swayin niggas on graffitti
Rockin other slang ranger, bring a banger ???? occasion
My nerves is achin, see I'm sick of niggas perpetratin
But can't see this, I'm screamin on they records like Beavis
or Butthead, I bust heads like Amy
Fisher isser, blisser, hit you like an accident
and if I'm in your town you might meet me at the Radisson
or splatterin, batterin crews for lip chatterin
It ain't nuttin new, that's how we do, my crew is back again
Chorus:
Bak 'n' affek, how's that?
(People people people people)
*repeat x3*
Verse 2: Dray, Skoob
Well here I go again, so dig the flow again, try not to bite
a bigger nigga with my left and then I flick em with my right
I'm outta sight, look how I do it, ya blew it if you missed a
nigga on the microphone cos I can roll a sister
Word is bond, I'm on some nuke ----, new ---- like this
Grab a piece of steel and shoot the giff like Chris
Cringle, lost my jingle, don't it make ya shiver
Give a nigga what he needs so he can bleed when I deliver
Aah microphone check, what the heck?
I do that then because I used to catch a wreck
wit it, that's the time I hot talk, spit it
For Christ's sake I'm in to hit the brakes and you're skiddin
You ---- in, messiah did it, but y'all can keep that
Cos now I'm on some other type of flow and best believe that
And all that, small cat, my format - deranged
Honey I'm back to run things cos some things is never changed, punk!
So if you're drunk, I freak the funk until you're sober
but still be gettin chills when niggas know that winter's over
Kickin the flam yo it's the man, tick tock, I jam like gridlock
My style is fender bendin sendin rappers to the pitstop
Good lord o' mercy, hit reversy if you missed it
and busboy give the speech cos like a preacher, baby I'm twisted
Kid I swing a dome-buster light, bone crush a *?smith?*
Bust up your lips then puff up a spliff
So yo, who be dat? Dat wanna do me like this to get
booby trapped jack, cos my crew be strapped fat like dat
Chorus
Bust a flavor
Word up uh, yeah, uh, yeah
Check it out
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